O 3º Congresso Anual do Instituto de Estudos Brasil Europa (IBE) foi aberto na noite desta quarta-feira (9 de outubro) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, com a participação de autoridades, pesquisadores e diversos estudantes. O evento ocorre até o dia 11 de outubro e reúne quase 20 renomados pesquisadores europeus e brasileiros que vão discutir o tema “Inovação, Cultura e Sustentabilidade: Desafios para o Brasil e Europa”. Para ver a programação completa clique no link http://eventos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/gerar_site.php?ID_SITE=6861

O Congresso foi aberto pelo coordenador-geral do IBE, professor Moacyr Martucci; a vice-reitora da UFSC, Lúcia Helena Pacheco; a embaixadora Carmem Lúcia Richter Ribeiro Moura, que é chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores em Santa Catarina; o ministro-conselheiro Augusto Albuquerque, que é chefe da Sociedade da Informação e Mídia da Delegação da União Europeia no Brasil e representou a embaixadora Ana Paula Zacarias; e Filipe Melo, secretário executivo de Assuntos Internacionais do governo do Estado de Santa Catarina.

Após a abertura oficial, o embaixador e diplomata brasileiro José Viegas Filho, que foi ministro da Defesa Civil, fez uma conferência intitulada “Nossa Época” em que analisou o atual cenário de crise na Europa e a falta de perspectivas que afetam o mundo inteiro. “Nos acostumamos a olhar para a Europa em busca de estabilidade, equilíbrio, inspiração artística e de soluções para os nossos problemas. Mas ela não pode mostrar o caminho porque o caminho ainda não se mostrou”, disse durante sua fala.

José Viegas Filho mencionou a postura adotada pela esquerda e pela direita na Europa em relação à crise atual, lembrando que nenhuma conseguiu dar uma resposta adequada. “A esquerda não conseguiu apresentar uma proposta sobre como sair da crise. A direita ficou cativa da política de austeridade sem criatividade”, disse. Para ele, há uma desorientação geral hoje, que faz com que deixemos de acreditar nos partidos e nos políticos, criando um clima de questionamento perigoso em relação ao sistema de representação. “Temos diante de nós um enorme desafio”, sublinhou.

Para o embaixador, vivemos em uma época em que ninguém sabe ao certo que rumos tomar frente a desafios como o terrorismo, a pobreza, os conflitos religiosos e a instabilidade financeira. Ao falar sobre a necessidade de mudança em relação ao clima, por exemplo, o embaixador afirmou que a humanidade terá de fazer um esforço gigantesco para reverter seus efeitos. “Mas nada nos leva a crer que este esforço será realizável”, pontou.