A forma como a globalização afeta o ecossistema e as populações da região amazônica e, consequentemente, gera exclusão é um dos temas que será discutido por pesquisadores e estudiosos durante o 2º Congresso Anual do Instituto de Estudos Brasil Europa (IBE) – “Avançando na inclusão”, que ocorre entre os dias 6 e 8 de março em Belém (PA). A cidade sede do Congresso é a principal da Amazônia, contando atualmente com mais de um milhão de habitantes.

De acordo com o coordenador do evento, Flávio Nassar, que é pró-reitor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará (UFPA), a mesa redonda intitulada “O mundo fala da Amazônia e a Amazônia fala de nós” pretende ser uma contribuição para que se veja os problemas enfrentados pela região sob novas perspectivas. Isso porque, segundo ele, ainda hoje impera a percepção de que a Amazônia é apenas floresta exótica e palco de conflitos fundiários violentos.

“A Amazônia é sempre vista como floresta, mas muitos não sabem que aqui habitam quase 30 milhões de pessoas, sendo 80% moradores de cidades”, cita. “Os problemas da Amazônia são os mesmos da humanidade em geral. É a exploração desenfreada da natureza, do trabalho e a concentração de riqueza. O problema está no modelo econômico que se sustenta na exclusão”, argumenta.

No encontro em Belém, estudiosos também vão avaliar modelos que favoreçam o aumento global da inclusão levando em consideração a preservação do ecossistema da Amazônia e a participação dos moradores no processo.

Encontro de estudiosos

O coordenador do Congresso acredita que o 2º Congresso do IBE será uma oportunidade para que todas as universidades parceiras, associadas e afiliadas ao IBE troquem impressões e contribuam com propostas para minimizar a exclusão. “O IBE é uma iniciativa louvável da União Europeia. Ao fazer este Congresso estamos buscando resgatar o compromisso de intercâmbio de conhecimento que nasceu com as universidades”.

Sobre o tema principal do Congresso, “Avançando na inclusão”, Flávio Nassar avalia que é importante ao buscar soluções para a exclusão de forma crtíca. “A exclusão social é um desafio da nossa civilização cristã-ocidental, que nasceu e fundou-se na utopia de que todos são iguais. Contrariamente a essa utopia, vemos que a exclusão é uma realidade cotidiana”, observa. “Nesse momento de grandes avanços tecnológicos, além de não ter resolvido os problemas da exclusão, estamos agora criando novos excluídos. O Congresso quer discutir isso e pensar alternativas para mitigar a exclusão”, afirma.

Mesas redondas

Ao todo serão cinco mesas de discussões durante o 2º Congresso Anual do IBE. A mesa 1 será sobre Perspectivas de Inclusão, abordando diferentes cenários que se colocam no ambiente da crise mundial. A mesa 2, Exclusão/Acesso à Informação, vai tratar da era das redes sociais e da banalização do uso da internet frente aos muitos segmentos da sociedade que permanecem excluídos do direito à informação. O objetivo desta mesa é avaliar a importância de políticas públicas que favoreçam a inclusão digital, além de discutir o direito de propriedade intelectual na rede e de softwares livres.

A Exclusão/Inclusão Econômica será tema da mesa 3, que vai falar sobre os resultados das políticas de distribuição de renda do governo brasileiro na última década atráves do aumento real do salário mínimo, do programa Fome Zero e dos diversos programas de bolsas. Vai citar ainda experiências de desenvolvimento regional como formas de inclusão econômica e social. Na mesa 4 será abordada a Exclusão/Inclusão Social, analisando os vários aspectos da exclusão social – étnica, etária, cultural – e buscando entender os fatores geradores destes processos.

Para inscrições e mais informações sobre o Congresso, acesse o site http://congressoanualibe.com.br/

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do IBE