Embaixadores de 18 países da Europa participaram, na manhã desta sexta-feira (17 de maio), no câmpus Pampulha, da cerimônia que inaugurou o Centro de Estudos Europeus da UFMG, órgão voltado para a cooperação científica e acadêmica entre a universidade e instituições daquele continente.

A solenidade também foi marcada pelo descerramento da placa que simbolizou o lançamento da pedra fundamental da construção do prédio onde funcionará o Centro de Internacionalização da UFMG, unidade que abrigará centros especializados, dedicados respectivamente a estudos sobre Europa, África, China, Índia e América Latina. Palestras do reitor Clélio Campolina, do embaixador da Irlanda no Brasil, Frank Sheridan, e da embaixadora da Comunidade Europeia, Ana Paula Zacarias, encerraram a solenidade.

 Incremento

O diretor de Relações Internacionais da UFMG, Eduardo Vargas, apresentou a maquete virtual do novo prédio e destacou o crescimento das parcerias da universidade com instituições de ensino europeias. “Em 2012, fechamos em torno de 330 acordos internacionais, sendo a grande maioria de mobilidade e intercâmbio. Só este ano, teremos mais de mil alunos em intercâmbio estudantil. Por isso, as ações para incrementar a internacionalização da UFMG são tão importantes”, destacou.

Segundo ele, o programa Minas Mundi e o Ciência Sem Fronteiras são grandes responsáveis pelo alto índice de intercâmbio dos alunos da Universidade, mas outras ações favorecem a internacionalização da UFMG. “A reestruturação da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), os apoios para que estudantes de baixa renda façam intercâmbio e a participação em feiras e redes internacionais também contribuem para esse processo”, disse.

Durante o evento houve ainda o lançamento de cápsula que será reaberta somente em maio de 2028, quando a DRI completará 30 anos. Na cápsula foram guardados documentos relacionados à cerimônia de hoje, como a portaria de criação do Centro de Estudos Europeus, edições do Boletim UFMG com matérias sobre o assunto, jornais do dia e imagens do projeto de construção do prédio. A intenção é que, ao ser aberta no futuro, a cápsula mostre que os objetivos relacionados à internacionalização da universidade foram cumpridos.

Novo cenário

Uma das palestras do evento foi ministrada pelo embaixador da Irlanda no Brasil, Frank Sheridan. Com o tema Europa: aprendendo com o passado e olhando para futuro, o diplomata defendeu a importância de se intensificar a integração dos países europeus. Segundo ele, a criação da União Europeia foi capaz de reduzir a xenofobia e os conflitos na região. “Precisamos aprender com os erros do passado para trilhar um futuro mais promissor. Já passamos por duas grandes guerras e a crise atual na Europa é uma prova de que há coisas que precisam mudar”, apontou.

Para o embaixador, países emergentes como o Brasil também devem se integrar ao continente europeu. Frank Sheridan citou a recente escolha do brasileiro Roberto Azevedo para presidir a Organização Mundial do Comércio (OMC) como exemplo da relevância que o país vem ganhando no cenário mundial. “O Brasil está ocupando posições importantes. Por isso, precisamos considerá-lo em todos os sentidos, tanto em parcerias com universidades como parcerias comerciais”, concluiu.

Já a conferência do reitor Clélio Campolina centrou-se nos desafios da educação brasileira no novo cenário mundial. Ele apresentou a universidade aos embaixadores, destacando os motivos que a colocam entre melhores instituições de ensino superior do mundo. “Temos 52 mil estudantes de graduação e pós-graduação, 1.500 teses e dissertações defendidas todos os anos, além de termos sido a universidade brasileira que mais depositou patentes nos últimos dois anos”, destacou.

Para ele, o Brasil se desenvolveu muito nos campos de ciência, tecnologia e educação. “O Brasil e a América Latina estão ganhando mais importância no cenário mundial, que agora é multilateral, com Europa e Estados Unidos não sendo mais os centros de tudo. A Europa é referência cultural e econômica para nós, e precisamos nos aproximar cada vez mais do continente.”

Desafios

Na palestra Relações da União Europeia e Brasil, da embaixadora da União Europeia, Ana Paula Zacarias, foram abordadas as relações entre o continente europeu e o Brasil a partir da análise dos aspectos políticos, econômicos e humanos. Segundo a embaixadora, apesar de todas as crises, o mundo nunca esteve tão bem, tanto em níveis de prosperidade quanto na relação entre as pessoas. “Mas nessa aldeia global é preciso ter parceiros muito sólidos para enfrentar desafios que podem ameaçar a democracia, a paz e o desenvolvimento”, destacou.

Ao citar as relações políticas, Ana Paula sublinhou a partilha de valores, comentando que todos desejam um mundo que respeite a democracia, os direitos humanos e a justiça social. “Isso deve nos levar a construir uma grande parceria estratégica.” A embaixadora saudou a iniciativa da UFMG de criar o Centro de Estudos Europeus e o Centro de Internacionalização. "São iniciativas de extrema importância para desenvolvermos conhecimento mútuo. Há cada vez mais interação em todos os níveis, países, instituições e pessoas, formando uma imensa rede que levam União Europeia e Brasil a serem grandes parceiros na economia, na política e na ciência e tecnologia”, afirmou.

 

(Fonte: UFMG)