A Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) vai intensificar os esforços para aprofundar a interação entre os pesquisadores e as instituições de ensino dos nove países que integram a sua área de influência – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Duas medidas direcionadas a esse objetivo foram delineadas de forma mais sistemática no XXIII Encontro da entidade, realizado entre os dias 9 e 11 de junho, no campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte. A primeira consiste em promover a articulação das bases nacionais de dados curriculares dos pesquisadores de cada país, tais como a Plataforma Lattes, do Brasil, e a DeGóis, de Portugal. Outra iniciativa visa estimular a parceria institucional na pós-graduação, de modo a permitir, por exemplo, a ampliação das duplas titulações ou titulações conjuntas.

Esses são alguns dos compromissos que constam da Declaração de Belo Horizonte (veja neste link), aprovada na assembleia de encerramento do XXIII Encontro da AULP, ocorrida na noite do dia 11 de junho. Além de buscar a maior integração institucional entre os sistemas de ensino superior dos países de língua portuguesa, que conformam uma comunidade com mais de 250 milhões de pessoas, a AULP pretende também fomentar e diversificar as fontes de financiamento oficiais disponíveis à execução de projetos de formação, pesquisa e extensão, mediante ações de organização e divulgação das oportunidades existentes. “A AULP reconhece a importância do investimento que, nos últimos anos, tem sido realizado pelo Brasil e admite que outras fontes internacionais, designadamente da União Europeia, devem ser mobilizadas para reforçar a colaboração”, sublinha a entidade no documento aprovado em seu XXIII encontro anual.

Na Declaração de Belo Horizonte, a AULP se compromete ainda a dar continuidade à promoção mundial do idioma português, considerado “veículo de afirmação cultural, histórica, científica e literária, mas também como elemento de relação entre comunidades existentes nos cinco continentes e de afirmação internacional, reconhecendo-se que se trata de uma das línguas mais faladas no mundo (a mais falada no hemisfério sul)”. A AULP também expressa publicamente, por intermédio do documento aprovado em sua assembleia, solidariedade às instituições de ensino superior de Guiné-Bissau, país africano que vivencia grave situação política.

Novos associados

No XXIII Encontro, foi aprovada a associação de 12 instituições de ensino superior aos quadros da AULP, que se juntam às 132 que atualmente integram a entidade multilateral. Oito são do Brasil: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha; Universidade Comunitária da Região de Chapecó; Universidade Estadual da Paraíba; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal do Paraná; Universidade Federal de Santa Maria; Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca e Universidade Federal da Bahia.

As outras quatro novas integrantes da AULP são de Portugal (Instituto Superior da Maia), Moçambique (Universidade Técnica de Moçambique), Guiné-Bissau (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa) e São Tomé e Príncipe (Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática).

XXIV Encontro

O próximo encontro anual da AULP ocorrerá em Macau, entre os dias 9 e 11 de junho de 2014. O evento será organizado pela Universidade de Macau, o Instituto Politécnico de Macau e o Instituto de Formação Turística de Macau.

Esta será a quinta vez que o encontro da entidade multilateral acontecerá em Macau, que já o sediou em 1998, 2003, 2006 e 2010.

A AULP A AULP foi constituída em 1986 com o objetivo de estreitar as relações e estimular a cooperação entre as universidades dos países de língua portuguesa, por intermédio da mobilidade de estudantes e pesquisadores e da fixação de parcerias com vistas ao desenvolvimento de iniciativas nas áreas científica e tecnológica.

A entidade congrega 132 instituições de ensino superior em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Essa comunidade conta com cerca de 250 milhões de habitantes e o PIB das nove nações somava, em 2011, US$ 2,8 trilhões.

Cargo rotativo entre os países associados, a presidência da AULP é ocupada pelo atualmente reitor Jorge Ferrão, da Universidade Lúrio, em Moçambique. O reitor da UFMG, Clélio Campolina Diniz, que já esteve à frente da entidade, é um dos quatro vice-presidentes.